Lucileia Ferreira dos santos

Sou uma mulher de 54 anos que estou passando por um momento muito difícil...

Venho de uma família muito simples, da zona rural de Minas Gerais, e tive que começar a trabalhar desde muito cedo. Comecei a trabalhar com 14 anos de idade, devido às condições financeiras, tinha que entregar todo o meu dinheiro para meu pai, para que pudéssemos sobreviver e não passar fome.

Aos 18 anos, conheci o pai da minha filha, com o qual me casei, e logo em seguida fomos embora para a cidade dele, provavelmente estava tentando fugir de tudo que vivia em casa. Porém, ao me casar, me deparei com uma vida ainda mais difícil, pois logo que casei, engravidei. No entanto, meu casamento não ia nada bem; sofria diversos tipos de abusos, incluindo o psicológico. Meu então marido saía na sexta-feira e só voltava na segunda-feira, deixando-me sozinha com uma filha pequena em uma cidade que não conhecia ninguém. Após três anos sofrendo todos os tipos de abusos, resolvi dar um fim a tudo isso e voltei para minha cidade. No entanto, agora tinha uma filha de 3 anos para sustentar sozinha.

Nesse momento, tive que voltar ao mercado de trabalho, trabalhando o dobro, já que tinha uma criança para sustentar sozinha. Trabalhava em uma confecção de pijamas e, em pouco tempo, me tornei coordenadora da confecção. No entanto, fazia muitas horas extras para conseguir me sustentar e sustentar minha filha. Essa confecção faliu após 7 anos, e mais uma vez estava procurando uma oportunidade.

Foi nesse momento que recebi o convite do meu irmão para ir para São Paulo. E mais uma vez criei coragem e fui atrás dos meus sonhos. Chegando em São Paulo, estava desesperada procurando emprego em qualquer área, fazendo diversos bicos, até conseguir uma vaga como vendedora em uma joalheria. Sempre fui muito dedicada e dei o meu melhor em todos os meus trabalhos, rapidamente assumi o cargo de gerente. Eu era responsável por tudo na loja, incluindo a contratação, compra de mercadoria e gestão dos funcionários. Mais uma vez, fazia muitas horas extras para conseguir pagar todas as contas. Nessa época, minha filha entrou na faculdade, então tive que fazer a proposta para minha chefe de trabalhar 12 horas por dia, para conseguir pagar a faculdade da minha filha, e ela aceitou. Assim foram os meus próximos 4 anos.

Tudo seguia bem, até a pandemia, quando tudo mudou. A loja começou a não ir bem, e começamos a ter indícios de falência. Nesse mesmo período, minha mãe contraiu a COVID e, de repente, meu mundo desabou. Minha mãe, que era minha referência, tão jovem e saudável, veio a falecer de repente por COVID. Logo em seguida, a loja na qual trabalhei por 20 anos fechou.

Foi uma queda muito grande para mim, e caí em uma depressão profunda. Após longos meses, sigo tentando me recuperar e recomeçar minha vida. Não recebi nada ao sair da loja, já que a mesma faliu. Moro de aluguel. Hoje faço laços de cabelo e acessórios para crianças e vendo em feiras de artesanato. Mas tenho o sonho de expandir meu negócio e viver disso."