São Paulo
Objetivo Profissional
Quero trabalhar com empoderamento e emancipação feminina. Quero acolher, aguçar a relexão, mostrar caminhos, ajudar a desenterrar sonhos, ensinar práticas de autocuidado como ferramenta para o autoconhecimento, ressignificar a maternagem para além dos padrões sexistas.
Quero unir forças com algum coletivo ou OSC para juntos provermos dinâmicas, rodas, mediar formações e engajamento no mercado de trabalho.
Disponibilidade para mudança:
Sim
Trajetória Profissional
Até os trinta e dois anos de idade atuei no mercado corporativo, pois ele contemplava o que eu esperava da minha existência, dinheiro e conforto e físico. Sutilmente como a luz da aurora, a vida descortinou-me um propósito terrestre, entendi que meus caminhares até ali vinham forjando em mim um perfil de educadora, uma educadora comprometida com a formação humana, formação que possibilite a liberdade e a consciência de si.
Meu fazer pedagógico não é neutro, ele é indissociável à concepção de mundo que venho construindo. Ao expandir minha consciência, minhas mediações se tornaram mais plurais, respeitosa e acolhedora.
Desde que ingressei na jornada como educadora, venho buscando formações e vivências que refinem meu olhar sobre o desenvolvimento humano.
Bom, dito isto, quero agora discorrer um pouco sobre minhas experiências na educação.
Na educação básica, estive como auxiliar no NUDI Caritas (Núcleo de Desenvolvimento Infantil), professora volante e professora regente no CEI Bom Pastor, com isso ganhei uma visão panorâmica de uma unidade educacional, a influência de educadores docentes e não docentes sobre bebês e crianças. Já no terceiro setor, atuei no acolhimento institucional, na modalidade Casa Lar e SAICA, estive como educadora no SCFV com crianças e adolescentes e atualmente estou a um ano como voluntária na CARAVANA DO AMOR em Mogi das cruzes, trazendo a ludicidade, dinâmicas e rodas que favoreçam a emancipação do ser.
Meu fazer pedagógico está se aprimorando desde que passei a olhar para a integralidade humana , percebo em mim habilidade em criar cenários concretos e subjetivos que favorecem a reflexão, a construção e assimilação do conhecimento.
Cursei uma extensão universitária, promovido pela UFABC em parceria com CEU – AFRICANIDADES, que ampliou meu olhar para práticas antirracistas e acolhedoras.
Conheça minha história
Tenho raízes africanas, indígenas e ibéricas, nascida na Bahia, crescida em São Paulo, sou uma brasileira , de 38 anos que atende pelo nome de Valéria! Por anos vivi alienada à esta potência e lindeza, isso porque, recebi uma educação patriarcal e eurocentrada, que me preparou para o mercado de trabalho , mas desconsiderou minha integralidade.
Nasci em um lar edificado sobre, o patriarcado, o apego, a disputa e escassez emocional.
Meus pais se divorciaram quando eu tinha onze anos de idade, aí a vida virou... Por não aceitar a separação, meu pai passou a perseguir minha mãe, que estava grávida de três meses e sozinha com mais outras duas filhas, sendo eu a mais velha. Por não ver outra alternativa, para se ver livre de meu pai, mamãe largou sua casa e “fugiu” de Perus para Itaquera, quando meu irmão estava com apenas seis meses. As pressas entrou em uma invasão de terrenos, construiu um cômodos e nós quatro fomos lá morar, nos matriculou em escolas, começou um curso de cabeleireira e a vida parecia seguir seu curso, até que poucos meses depois chuvas fortes, um desmoronamento começou, nossa casa estava em uma área de risco, prestes a cair no barranco, em desespero, minha mãe que não tinha pra onde ir, buscou diversas alternativas, chegou até nos deixar por alguns dias na casa de um casal sem filhos, que ela recém havia conhecido em um culto evangélico.
O poder público nos deu a opção dos antigos “alojamentos”, uma iniciativa da secretaria da habitação, casas de madeira, que deveriam ser provisórias, até que a família fosse instalada em moradia segura. Ali não havia o risco de desmoronamento, mas o riscos eram outros, drogas, abusos e inúmeras violências. Desnorteada, desemprega e com três filhos, minha mãe decide nos colocar em acolhimento institucional. – Este episodio merece um livro, mas não quero me estender – Fiquei no acolhimento institucional por quatro anos, sai aos dezesseis anos, e logo tive que aprender a me cuidar e cuidar dos meus irmãos.
Por carência e necessidade de um lar, me casei aos vinte e dois anos, este casamento me trouxe muitos aprendizados, os processos fluíram, me expandi, não cabia mais em padrões que violentavam em diversas dimensões (psíquica, sexual, financeira...), busquei ajuda, tentei reconfigurar aquela relação, mas não foi possível, o fim era inevitável, aos trinta e seis anos, pedi a separação, ele não aceitou sair de casa, então fui eu quem sai, com a roupa do corpo e duas filhas, sendo a mais velha com oito anos.
Era recém contratada em meu primeiro emprego como professora de educação infantil, meu salario me permitiu alugar dois cômodos na periferia de São Paulo, e os processos continuam fluindo, tenho feito psicanálise, descobri o Sagrado Feminino, que me trouxe um novo olhar sobre a vida e as relações femininas, saí da escassez da disputa e vivo na abundância da partilha e apoio às manas, com estes círculos de mulheres percebi que não preciso militar sozinha como fez minha mãe, logo que se divorciou. Com apoio de outras mulheres, reconstruí minha vida, consegui sair dos dois cômodos de telha que gotejavam, imobiliei este novo lar, tenho investido em minha carreira e apreciado minha maternidade e com ela amadurecido.
Apoio as manas do meu entorno, mas quero aumentar meu alcance, sei que com minhas vivencias e prazer na partilha, posso atuar como facilitadora de processos do auto amor e autoconhecimento.
Assim sigo meu caminhar, honrando aquelas que vieram antes de mim e preparando o caminho para àqueles que virão, mas sem me esquecer das alegrias e desafios do agora. UBUNTU!
Outras iniciativas da Cruzando Histórias nas quais participou: