Anna Paula Colacino
Filha do meio de uma família de classe média, sempre fui uma ótima aluna nas três escolas públicas que frequentei até completar o Ensino Médio. Cresci sendo incentivada pelos meus pais, e acreditando que não haveria nada que eu não pudesse fazer. Ingressei na Universidade de São Paulo aos 17 anos, e a escolha por Economia considerou o equilíbrio entre a exatidão e a humanidade dessa ciência. Feliz decisão da qual nunca me arrependi, pois mesmo tendo trabalhado por apenas 1 ano na área, o conhecimento adquirido tem sido útil ao longo de toda a minha vida profissional.
No início, as propostas de trabalho surgiam sem qualquer busca e, mediante as perspectivas, eu ia adquirindo novas experiências. Em paralelo, minha visão de mundo e os meus anseios por justiça social, igualdade de direitos e de oportunidades, me fizeram atuar como voluntária junto às mais diferentes causas e públicos. Com 23 anos, ingressei na Whirlpool, então Multibrás e, por 11 anos, muitas foram as oportunidades de aprendizado e crescimento, passando pelas áreas de Estratégia de Vendas, Inteligência de Mercado, Marketing, Desenvolvimento de Produto e Marca, culminando com a atuação junto à iniciativa de investimento social da empresa. No início, voluntariamente, como membro do Conselho de Responsabilidade Social da companhia e, posteriormente, com dedicação exclusiva na coordenação dos programas e do voluntariado do Instituto Consulado da Mulher. Não por acaso, na mesma época, eu assumia a presidência do Conselho do M.A.I.S. (Movimento de Apoio à Integração Social), três anos depois de ingressar como voluntária de recreação, junto às crianças atendidas.
Desde muito cedo, eu soube que o meu trabalho, voluntário ou não, teria que ser carregado de significado e em prol de uma causa maior. Posteriormente, a experiência de 7 anos junto ao Instituto Votorantim me possibilitou grandes aprendizados, principalmente no entendimento dos diferentes negócios do grupo e de como o investimento social de cada um deles poderia estar em sintonia com sua estratégia e com as comunidades das quais as empresas faziam parte. Eu pude contribuir com um modelo de responsabilidade social baseado na parceria entre a iniciativa privada, os Governos locais e a sociedade, onde todos ganhavam e se fortaleciam. Na Monsanto, o desenho do Instituto de Responsabilidade Social da empresa, combinava o que de melhor eu havia desenvolvido na minha carreira até então: contribuir com o nascimento da iniciativa na empresa e fazê-lo de forma totalmente sinérgica ao negócio da companhia, direcionado ao pequeno agricultor.
Finalmente, nos últimos dois anos, venho atuando como consultora autônoma, na área de sustentabilidade e responsabilidade social, tendo contribuído com a estratégia de sustentabilidade da LafargeHolcim para a América Latina e com a avaliação do programa do Instituto Melhores Dias, que combina educação e saúde em 100% das escolas públicas de municípios de diferentes estados brasileiros.
Essa carreira independente foi a melhor maneira de conciliar o trabalho com a chegada da maternidade: me tornei mãe solo, após 4 anos de espera, de uma garotinha que chegou com 11 meses. Hoje em dia ela é quem mais reforça a minha certeza de que não há nada que eu não possa fazer! E é por mim e por ela que eu continuo disposta a fazer a diferença e agregar valor, onde quer que eu esteja atuando.
O impossível não tem lugar na minha história.