Rosangela Aparecida Claudino
“Preciso reconquistar a profissional forte e competente que eu sei que eu sou!”
Rosangela Aparecida Claudino, São Paulo, SP.
Parece que vivo uma vida completamente diferente da que já vivi um dia, como se fossem duas personagens numa mesma história. Quando olho para trás, enxergo a vida agitada que eu levava. Trabalhava fora e em casa, fazia faculdade, estudava outra língua, cuidava de duas filhas. Vivia uma louca e doce vida. Era supervaidosa, no auge de um bom emprego, tinha orgulho do meu cargo e do meu salário. Até que fui golpeada por mudanças bruscas.
Enfrentei o divórcio de um relacionamento de 21 anos, tive que aprender a me reestruturar sozinha, dar conta da minha rotina, das minhas filhas, da pressão profissional. Dormia uma média de três horas por noite e passava mais de três horas por dia atravessando a cidade para chegar no trabalho. Os anos foram se passando e a exaustão me derrubou. Surtei.
Pedi demissão, arrumei minhas malas e deixei o agito da cidade de São Paulo em busca de descanso e reequilíbrio em uma cidadezinha minúscula e pacata, no Sul de Minas Gerais, onde tenho família. Meu plano era tirar um tempinho de descanso para reestruturar o meu equilíbrio emocional, mas o que era para ser paz, me trouxe ainda mais desafios!
Engravidei outra vez, no susto, de um amigo da infância que reencontrei nessa cidadezinha. Me senti forçada a casar, após a notícia do bebê, pela cultura de cidade pequena. Passei meus últimos cinco anos presa a uma relação, presa a uma gravidez não desejada e de risco. Todos os meus planos foram congelados. Mas fiz uma promessa pra mim mesma: vou cuidar do bebê, de mim e, assim que possível, me reorganizar e voltar à vida que eu tinha antes!
Aqui estou, disposta, mais forte, separada outra vez, mãe de três meninas lindas e que precisam de mim. Minhas filhas têm 27, 17 e 04 anos. Preciso reconquistar a minha autoestima e aquela profissional forte que eu sei que sou! Hoje eu bato no peito para dizer que estou pronta para retomar minha carreira na capital paulista!
Peço uma chance para que considerem a experiência que carrego comigo. Não existe tempo fora do mercado de trabalho capaz de apagar minha competência como profissional. Ainda tenho muitos anos de produtividade pela frente e me sinto ainda mais forte depois de superar as dificuldades que vivi.
Meu último emprego foi em 2014, como coordenadora administrativa na área da saúde hospitalar. Busco oportunidades como supervisora ou coordenadora administrativa ou analista de contas médicas. Tenho conhecimento, experiência, muita determinação e coragem para aprender e reaprender.
Em entrevista para Lígia Scalise.