Saúde da mulher e trabalho: cuidar da própria saúde não é um luxo, é uma necessidade
- Cruzando Histórias
- há 2 dias
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Aqui na Cruzando Histórias, acolhemos as mulheres de diversas formas – inclusive por meio de temas que, à primeira vista, alguns podem acreditar que não têm relação com a empregabilidade feminina, mas que estão profundamente conectados aos nossos propósitos e pilares. Quem é mulher sabe: saúde e trabalho caminham juntos.
A maioria das mulheres enfrentam, diariamente, duas ou até três jornadas. Além do cargo profissional que ocupam, muitas ainda chegam em casa e precisam cuidar de outras pessoas: filhos, companheiros, pais, parentes idosos. E isso envolve desde preparar refeições e limpar os ambientes até ajudar na lição de casa, administrar medicamentos e cuidar da higiene de familiares. O trabalho e essa rotina puxada continuam iguais mesmo quando elas estão fora do mercado de trabalho.
O que muitos não percebem – ou preferem ignorar – é que, para cuidar dos outros, as mulheres frequentemente abrem mão da própria saúde. Basta perguntar a qualquer mulher: quantas vezes ela procurou atendimento médico por conta própria? E quantas vezes o fez para acompanhar alguém da família?
Um levantamento do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) aponta que as mulheres enfrentam mais dificuldade em equilibrar vida pessoal e profissional, um desequilíbrio que afeta diretamente o tempo disponível para cuidarem de si mesmas. As consequências dessa negligência aparecem tanto no corpo quanto na mente.
A ausência em consultas de rotina e exames periódicos aumenta a chance de surgimento de doenças que poderiam ser prevenidas ou tratadas com mais facilidade. Já a sobrecarga de cuidados e tarefas reflete em altos índices de estresse e depressão. Segundo um estudo do Think Olga, realizado no pós-pandemia, 45% das mulheres apresentam algum tipo de transtorno mental, como ansiedade e depressão. Muitas vezes, esses quadros se manifestam associados a outras condições, como a síndrome de burnout.
Em situação de desemprego, esse cenário se agrava ainda mais. O acesso à saúde se torna mais limitado, não por falta de vontade, mas por barreiras concretas: dificuldade financeira para transporte, demora nos atendimentos, horários incompatíveis com a rotina e a sobrecarga emocional.
Apesar de contarmos com o Sistema Único de Saúde (SUS), que é gratuito e essencial, muitos processos são lentos e complexos. Isso desmotiva mulheres a buscarem ajuda. Em 2020, apenas 55,7% das mulheres realizaram consultas ginecológicas de rotina, segundo dados do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).
Pensando nisso, e com o objetivo de conscientizar nossas beneficiárias sobre a importância de cuidar da saúde como parte fundamental do processo de empregabilidade, a Cruzando Histórias realizou no dia 28/05 um evento online sobre Saúde Integral da Mulher. A data foi escolhida propositalmente para coincidir com o Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher.
“Gratidão a Cruzando Histórias, a Dra. Bárbara e a Dra. Maysa. Por nos presentear com essas duas palestras riquíssimas em conteúdo e esclarecedoras com relação a saúde integral da mulher. Aprendi muitas coisas novas e já prático algumas das orientações passadas. Parabéns à Cruzando Histórias por mais uma iniciativa de sucesso!” – Joyce Elaine dos Santos - beneficiária
Durante duas horas, com mediação da nossa assistente social Sarah Ferreira, contamos com a participação de Bárbara Porto e Maysa Souto, duas médicas que abordaram temas essenciais como: sinais de alerta que devemos observar (cheiros diferentes na região da vulva, mudança no aspecto da pele e no formato das mamas), exames que devem ser feitos com regularidade (mediação da pressão arterial, papanicolau e exame de urina) e responderam dúvidas trazidas pelas participantes (como a utilização ou não de sabonetes específicos para a região íntima).
Para Sarah Ferreira, assistente social da organização, o espaço seguro foi um grande diferencial deste encontro, pois perguntas íntimas foram feitas e esse tipo de assunto, especialmente quando se trata de saúde, dificilmente é abordado em público. “Acredito que isso se deve ao acolhimento das médicas, mas, principalmente, à cultura de apoio e segurança promovida pela Cruzando Histórias em todas as atividades voltadas às mulheres. Eu, enquanto mulher, consegui quebrar vários tabus que ainda carregava sobre minha saúde íntima” afirmou.
“Conheci a Cruzando pelo LinkedIn e desde então venho acompanhando o trabalho desenvolvido por essas mulheres tão incríveis! Sempre que posso participo das atividades por elas realizadas, pois muito me ajudam a passar por esse difícil período da vida adulta que é o desemprego! Muito obrigada, mulheres!" – Lilian Paula da Costa - beneficiária
O evento reforçou o que sempre defendemos: cuidar da própria saúde não é um luxo, é uma necessidade.
Baixe aqui o planner anual da saúde da mulher:
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