Ao chegar o 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, o mais comum é pensarmos em uma figura masculina - principalmente a de D.Pedro I - no entanto, essa não foi uma luta ou uma conquista de homens, pelo contrário. Muitas mulheres estiveram envolvidas no processo de independência e por muitos anos foram apagadas da História. Trouxemos algumas delas para que vocês conheçam mais:
Maria Quitéria de Jesus
Quando falamos da participação feminina no 7 de setembro, esse é provavelmente um dos nomes mais conhecidos. Desejando participar das lutas contra tropas portuguesas na Bahia, seu estado de nascença, Maria Quitéria se vestiu de homem para que pudesse integrar o exército. Descoberta, ela acabou sendo aceita por conta de suas habilidades em montaria e tiro ao alvo.
Apesar da declaração de independência realizada por D. Pedro I em São Paulo, a Bahia seguiu tendo conflitos até julho de 1823. Maria Quitéria foi condecorada como heroína de guerra e se tornou símbolo de resistência e empoderamento, inclusivo durante os anos da Ditadura Militar.
ana maria josé lins
Ana Maria José Lins, conhecida como Ana Lins, foi uma importante figura na figura da Revolução Pernambucana, em 1817, e da Confederação do Equador em 1824.
Filha de mãe indígena, teve suas terras invadidas e incendiadas por tropas imperiais. Ana Maria chegou a ser presa, mas conseguiu a anistia e reconstruiu sua casa sozinha.
Conhecida como "heróina alagoana", seu grande sonho era que Alagoas fosse separada de Pernambuco e que o Brasil se libertasse de Portugal. O primeiro foi conquistado em 16 de setembro de 1817 e o segundo, como sabemos, em 7 de setembro de 1822.
Maria Felipe de Oliveira
Tendo poucos registros oficiais de sua existência, Maria Felipa é símbolo da tradicional oral baiana. Voluntária em campanhas de independência, liderava um grupo de mulheres conhecidas como "vedetas", que espionavam a movimentação de caravelas portuguesas, armavam trincheiras, cuidavam de feridos e ajudavam com mantimentos.
Maria chegou a reunir 40 "vedetas"para enganar navegadores portugueses e atacá-los. Graças a ação rápida dessas mulheres, foi possível impedir a tomada da Baía de Todos os Santos, o que consequentemente levaria a Salvador. Símbolo de resistência, Maria tornou-se uma figura lendária não somente na história, mas também na literatura brasileira.
saiba mais
Quer saber mais sobre as mulheres que participaram da luta pela independência do Brasil? As historiadoras Eloisa M. Starling, Patrícia Valim, junto às jornalistas Antonia Pellegrino, Virginia Starling e Socorro Acioli, com a cientista social Antonia Pellegrino, reuniram perfis de algumas das personagens mais marcantes desse período da História nacional no livro Independência do Brasil: As mulheres que estavam lá, confira!
