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Marsha P. Johnson, a revolta de Stonewall e a luta por direitos LGBTQIAP+

Dia 28 de junho celebramos o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+. Você sabe por que essa data foi escolhida?

Marsha P. Johnson foi uma das lideranças no que ficou chamado comoa revolta de StoneWall"
Marsha P. Johnson foi uma das lideranças no que ficou chamado comoa revolta de Stonewall"

Ainda que a luta por direitos LGBTQIAP+ já existisse muito antes, a madrugada de 28 de junho de 1969 está marcada como um ponto de virada para a causa.


No dia em questão, um grupo de policiais de Nova York entrou no bar Stonewall Inn para uma batida, abordando quem o frequentava com violência, algo frequente de ser visto na região. Isso porque o local era frequentado por gays, lésbicas, drag queens, trans e outras pessoas da comunidade LGBTQIAP+.


Revoltados por conta das agressões constantes, o público reagiu, resistindo à prisão e jogando objetos contra os oficiais. Dentre essas pessoas estava Marsha P. Johnson, mulher negra, transgênero e ativista que viria a inspirar diversos outros atos contra a brutalidade imposta não só em Stonewall, mas às pessoas LGBTQIAP+ como um todo. Ficando conhecido como "a revolta de Stonewall", o ato impulsionou a luta por direitos, dando início ao movimento como o conhecemos hoje.


Marsha p. johnson

Nascida em agosto de 1945, no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos, Johnson mudou-se para Nova York sozinha aos 17 anos em busca de oportunidades. Enfrentando dificuldades, chegou a ficar em situação de rua, entrando na prostituição para sobreviver. Após os acontecimentos de Stonewall, onde se destacou como uma das lideranças, fundou a Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay, em tradução livre) visando expandir a luta pelos direitos LGBTQIAP+.


Você nunca tem completamente seus direitos, individualmente, até que todos tenham. - Marsha P. Johnson

Percebendo que era preciso um espaço destinado às necessidades de pessoas trans - causa pela qual lutou durante toda sua vida, inclusive apontando a falta de espaço dentro da própria comunidade -, criou a Street Trasvestite Action Revolutionaries (Revolucionários da Ação de Travestis nas Ruas, em tradução livre) junto a Sylvia Rivera, mulher trans porto-riquenha de quem se tornou muito próxima. Marsha chegou ainda a ser musa de Andy Warhol na série de ensaios fotográficos Ladies and Gentleman, em 1975.


Tendo sido foi presa inúmeras vezes, Marsha também travou batalhas contra os efeitos que o preconceito e as diversas violências sofridas tiveram em sua saúde mental, sendo internada para tratamento psiquiátrico em diferentes momentos. Em 6 de julho de 1992, seu corpo foi encontrado no Rio Hudson. À época, a causa da morte foi dada como suícidio, hipótese questionada e rejeitada por amigos e ativistas, que alegam que Johnson foi vítima de ataque ou crime de ódio.


de stonewall para o brasil de 2023


Apesar dos mais de 50 anos de distância entre a revolta de Stonewall e a atualidade, a luta de Marsha permanece extremamente atual. O Brasil amarga há 14 anos consecutivos o posto de país número um no mundo que mais mata pessoas trans e travestis, de acordo com a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transgêneros). Somente em 2022, 131 pessoas foram mortas no país. As vítimas tinham, em sua maioria, entre 18 e 29 anos. Atualmente, a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil, 35 anos.


Se você quiser saber mais sobre Marsha e a revolta de Stonewall, a Netflix tem um documentário A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson, de 2017, que retrata sua vida e luta. Confira o trailer abaixo:


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